Publicado em 20 de fev de 2016
Som, imaginação e sonhos, está no ar o Rádio Brasileiro!
No início do século passado, o Rádio revoluciona a vida dos brasileiros. E pouco depois surgiu a rádio comercial, que veículava publicidade junto com seus programas como os spots e principalmente os jingles.
O rádio teve sua expansão mundial após a Primeira Guerra (1914-1918), quando houve grande desenvolvimento nos meios eletrônicos e de comunicação para fins militares, e se firmou como principal veículo de comunicação em massa.
Entre 1930 e 1940 marcaram a ascensão e auge do Rádio no Brasil, a chamada “Era de Ouro do Rádio”.
A primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu em 07 de setembro de 1922 em comemoração ao centenário da Independência do Brasil, inaugurada pelo presidente Epitácio Pessoa.
A era do rádio comercial surge a partir de 1932, quando o presidente Getúlio Vargas, através do Decreto 21.111, autorizou as emissoras a ter até 10% de sua programação sob a forma de publicidade. Até aquele momento o rádio era sustentado apenas por contribuições de seus próprios ouvintes (as Rádio-Clubes), que eram os mesmos que ajudavam a fazer a programação.
Com a permissão da publicidade, se plantou a raiz do modelo de rádio que a partir da década de 40 se consolidou no país, o rádio como veículo comercial.
A chave de ignição da propaganda brasileira.
Mas, o que poucos sabem, é que foi a empresa "The Sidney Ross Company", o grande impulsionador da propraganda brasileira, o mais importante anunciante de todos os tempos, A Sidney Ross produzia grande número de medicamentos, como Melhoral, Sonrisal, Leite de Magnésia de Phillips, Sal de Fruta Andrews, Pílulas de Vida do Dr.Ross e cosméticos famosos como a brilhantina Glostora e o Talco Ross.
Além de ser a primeira patrocinadora de uma novela no rádio brasileiro, "Em busca da felicidade" de 1941, pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Foi por décadas o maior anunciante da rádio, a primeira empresa a ter uma agência de publicidade própria, por muitos anos nossos avós se entretinham com o famoso Almanaque, uma fusão de tudo! Caléndários, piadas, propaganda, palavras cruzadas e muitos conselhos, sempre creditados à médicos famosos da época.
A Sidney Ross Company anunciava em todos os lugares, de outdoors até em bondes, muitos deles podem ser vistos hoje em fotografias da época. Foi a empresa que trouxe para o Brasil as modernas técnicas publicitárias americanas e toda a sua gestão em pesquisa de mercado, mídia, planejamento e segmentação de verbas, promoção junto aos médicos e hospitais, distribuíndo amostras grátis (em um só ano a Sidney Ross distribuiu no Brasil 27 milhões de amostras).
E surge a alma do negócio...
Tudo começou em 1901 quando a Sterling Drug Inc. foi fundada, a Sidney Ross Co. era sua subsidiária adquirida em 1938, desde o início, seu fundador, Eihard Weiss viu que a alma do negócio era a propaganda, investindo mais do que qualquer outro fabricante de medicamentos em publicidade.
Em 1917, o Governo Americano confiscou a American Bayer Co. ao entrar na Primeira Guerra Mundial contra a Alemanha, e essa foi a grande oportunidade para Weiss, que a comprou e cessando a guerra, começou a produzir e vender o remédio mais popular e vendido no mundo desde 1893, a ASPIRINA BAYER, nos EUA e América Latina. Com o fim da guerra, a Bayer volta a vender seus produtos pelo mundo, e encontra a Sterling usando legalmente suas patentes na América Latina. A partir daí, forma-se um impasse e finalmente Bayer e Sterling firmam um acordo, dividindo o mercado da aspirina meio a meio, transação que não atendiam as exigências do Governo Americano, e durante décadas houve conflitos legais entre a Sterling e a Bayer, devido a divisão de mercados não ficar totalmente esclarecida para os EUA.
Em 1994, após 76 anos de conflitos legais, a Bayer finalmente compra a Sterling Drug, que através da Sidney Ross Company ficou tão conhecida em terra tupiniquins atráves de sua inovação e criação na publicidade, abrindo caminho a construção da mídia no Brasil.
E se Eihard Weiss e Sidney Ross, ainda estivessem por aqui, certamente diriam:
- Sigam-me os criativos!
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